Ansiedade, agonia e sensação de impotência. É assim que Gisele Sampaio, de 39 anos, descreve a experiência de viver, em pouco mais de um ano, duas das maiores tragédias naturais da história da cidade onde reside desde que nasceu: Jaguari (RS). O município vive agora sua maior enchente em 40 anos e encontra-se em estado de calamidade.
Moradora do bairro Sagrado Coração de Jesus, um dos mais atingidos pelas inundações, Gisele relembra que a situação já era difícil desde a cheia de maio de 2024, mas, desta vez, os danos foram ainda maiores.
“Um ano se passou e a gente ainda não conseguiu recuperar todos os móveis de casa. E, para surpresa de todos nós, agora em junho a gente passou pela mesma tragédia. E, novamente, saímos de casa, deixando tudo para trás. Saímos com umas peças de roupa, uma mochila, nossos bichinhos, e o resto ficou”, relata ela.
Com 10% da população atingida, Jaguari contabiliza cerca de mil pessoas afetadas. As consequências são visíveis em todas as partes do município: 45 pontes e pontilhões e 70 bueiros foram danificados, pelo menos 20 pontos de estradas sofreram bloqueios e cerca de 30 casas ficaram alagadas. Algumas ficaram com 90% da estrutura submersa.
“Quando a água do Rio Jaguari sobe, tudo acontece muito rápido. Deixamos tudo que a gente conquistou com muito esforço, muito sacrifício, para trás. Os móveis ficam e, junto com eles, fica a nossa história. A história de todo mundo. O que fizemos para adquirir tudo o que temos hoje, em segundos, a água leva. O estrago é grande. É Triste”, desabafa Gisele.
A situação mais crítica foi registrada na manhã da última quinta-feira (19/6), quando o nível do Rio Jaguari chegou a 11 metros, um metro e meio acima da cota de inundação. Embora o nível das águas tenha começado a baixar, o cenário ainda é de alerta.
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📸 Brigada Militar do Rio Grande do Sul
Via: @metropoles
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